segunda-feira, 9 de maio de 2011

ALÉM DO BOJADOR, A CANÇÃO DAS ESTRELAS... (Wagner Borges)



ALÉM DO BOJADOR, A CANÇÃO DAS ESTRELAS...
(Que Fernando Pessoa Também Escutava, Com Todo Coração...)

Você jamais esteve sozinho...
Porque o Amor de Deus sempre esteve em seu coração.
E, mesmo nos dias cinzentos e opressivos, a Luz estava em você.
Ah, por muitas vezes você chorou, e não era para tanto.
Na verdade, você se bloqueou para a música da Vida.
E, mesmo quando as estrelas cantaram você não ouviu.
Porque você se permitiu perder sua Fé e, por isso, se perdeu...
E a sua estrada ficou inflamada de arrogância e confusão.
Ah, você já pisou em tantos “cacos” deixados pelo seu ego...
E, se os seus pés sangraram, foi porque os seus passos foram claudicantes.
Às vezes, a dor ensina grandes coisas... E sábio é quem aprende as lições.
Sabe?... Dá trabalho ser feliz. Simplesmente, é preciso vencer a si mesmo.
E não é fácil caminhar com a Luz, pois a porta do mundo chama para baixo...
E é muito fácil sucumbir aos apelos do próprio ego – sempre cheio de artimanhas.
No entanto, aquela porta do Espírito, que é estreita, também é cheia de Luz.
E dentro dela arde o fogo do Amor, que não abrasa; só ama e compreende...
E eu nem sei por que estou escrevendo isso para você; eu nem mesmo o conheço.
Mas eu sei que Alguém Maior o conhece bem – bem mais do que você imagina.
E Ele, às vezes, “escreve certo por linhas tortas”, como agora.
E “não cai um fio de cabelo que Ele não saiba”. Porque Ele está em seu coração.
E a parte torta aqui sou eu, tentando escrever sei lá o que para você.
Na verdade, estou cheio de sono, mas um Poder Maior me ordena
escrever-lhe...
Para dizer-lhe que as estrelas continuam cantando e que você é muito amado.
E não importa o que os outros lhe digam: há uma Luz em seu coração.

P.S.: “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena”, já dizia Fernando Pessoa.

E ele dizia isso porque olhava para as estrelas e escutava a canção das esferas.

Ou, talvez, porque ele navegasse pelos mares etéreos, em Espírito...
E era o vento do Amor que soprava as velas de sua nau espiritual.

Ah, o grande poeta lusitano estava certo: navegar é preciso...
Sim, ele deve ter sido tocado pelo fogo que não abrasa - e o Amor se fez nele.
E com o cinzel e o martelo ele tirou lascas da pedra que havia em seu ego...
E ele chorou, mas viu que, de dentro dela brotou uma rosa.
E ele compreendeu que a porta do Espírito é estreita, mas cheia de Luz.
E que “tudo vale a pena quando a alma não é pequena”.
Então, ele navegou para além do bojador... E, acima dele, as estrelas
cantavam*.

(Dedicado a você, leitor, que eu não sei quem é, e que é muito amado; tão amado que, mesmo através de “minhas linhas tortas”, o Alto lhe enviou uma mensagem direita. E eu lhe desejo tudo de bom, porque navegar é preciso... E ser feliz também!**)

Paz e Luz.

Wagner Borges
escutando a canção das esferas, com todo coração...
São Paulo, 27 de abril de 2011.

- Notas:

* Às vezes, alguém gosta do que escrevo – direto ao coração -, e me pergunta por que escrevo sobre temas espirituais. E, como está evidente nesses escritos de hoje, nem eu mesmo sei. E quem escrevia bem mesmo era o Fernando Pessoa – e também Rabindranath Tagore, Jalad-Din Rumi, Kabir e Khalil Gibran. Esses caras é que eram feras.

Eu só sei sentir, em espírito e verdade, e, assim, mesmo com as “minhas linhas tortas”, vou tentando fazer o que o Alto me inspira. E só isso já me deixa contente demais. Não tenho pinta de guru e nem me arrogo como mestre de nada. Pelo contrário, sou aprendiz da Vida, como todos. Nada sei de mistérios universais nem de
profecias - essas ou aquelas. Mal dou conta de mim mesmo.

Sim, às vezes, nem eu mesmo sei os motivos de escrever algo. Mas sei de um Grande Amor que desce aqui, em meu coração, e me diz: “Ama, vive, escreve, sorri e segue...” E, aos trancos e barrancos, eu vou escrevendo. E só Deus é que sabe por onde esses escritos irão...

Ah, eu só sei sentir... E só há uma palavra que pode definir isso: GRATIDÃO. Sim, é isso. E quando o coração fala ao coração, não há mais nada a dizer.

** Para melhor compreensão desses escritos, posto logo abaixo um texto correlacionado ao seu tema (e que já foi postado pelo site do IPPB  www.ippb.org.br -, em agosto de 2008).

 
UMA VIAGEM ESPIRITUAL ALÉM DO BOJADOR...
(Tudo Vale a Pena, Se a Alma Não é Pequena)

Ó, Grande Universo!
Para onde miro o meu olhar...
Mesmo com as nuvens de chuva à frente,
Eu vejo sua tapeçaria sideral.
Como vejo outras esferas,
Invisíveis aos olhos da carne,
Mas visíveis à inteligência
E sensíveis ao coração.

Na noite chuvosa, boio no ar,
Por entre os planos, em espírito.
Olho admirado para o zimbório celeste,
E vejo a obra luminosa do Grande Tecedor,
Fonte Imanente de todas as estrelas e seres.

Então, lembro-me de outras visões, de outrora...
Visitas espirituais* às estrelas, com os sábios.
Viagens a outras esferas, com os hierofantes**.
Para além, muito além do olhar... Iniciações!

E valeu a pena? Sim!
Tudo vale a pena se a alma não é pequena.
(O grande poeta lusitano também voava pelo céu)

Quem quer viajar para além do físico,
Tem que passar além da dor.
Além do medo, com o coração aceso.
Além do corpo, em espírito.
Além das nuvens de chuva, olhando estrelas.
Além das emoções, seguindo o amor...
Além do horizonte, vendo o Ancião dos Dias,
O Grande Tecedor de estrelas e seres.

Sim, tudo vale a pena.
Principalmente se a alma não é pequena.
Fernando Pessoa sabia disso.
Ele também viajou para além do Bojador***,
Em espírito, e viu o oceano de estrelas.
E se encantou...

P.S.: Hoje, novamente olho e vejo, além das nuvens de chuva. Vejo as estrelas, com o coração. E sinto um Grande Amor. E me encanto, como o genial poeta português. Assim como ele e os iniciados de todos os tempos, Eu também quero voar e ir além do Bojador... Em espírito, no oceano de estrelas.
 
E vale a pena, sim. Pois, se alma não é pequena, É porque o Amor é Grande. Então, mesmo com as nuvens de chuva na frente, Que o Amor aconteça e faça ver estrelas.

(Esses escritos são dedicados ao sábio grego Pitágoras, mestre das esferas sutis; a Hermes Trismegistro, o sábio estelar e padrinho secreto dos iniciados; e a Fernando Pessoa, o genial poeta português e grande viajante espiritual.)

Paz e Luz.
- Wagner Borges -
 
São Paulo, 07 de agosto de 2008.
- Notas:

* Projeção da consciência: é a capacidade parapsíquica - inerente a todas as criaturas -, que consiste na projeção da consciência para fora de seu corpo físico.

Sinonímias: 
 
Viagem astral:  Ocultismo.Projeção astral: Teosofia.Projeção do corpo psíquico: Ordem Rosacruz.Experiência fora do corpo: Parapsicologia.Viagem da alma: Eckancar.Viagem espiritual: Espiritualismo.Viagem fora do corpo: Diversos projetores extrafísicos e autores.Emancipação da alma (ou desprendimento espiritual): Espiritismo.Arrebatamento espiritual - autores cristãos.

** Hierofantes - dentro do contexto das iniciações esotéricas da antiguidade, eram os mestres que testavam os neófitos (calouros) nas provas iniciáticas.

*** Em Portugal, o Cabo do Bojador tem o significado do último limite do homem e do seu mundo. Os poetas sempre se referem a ele. Segue-se abaixo um trecho da genialidade de Fernando Pessoa:

"Valeu a pena? Tudo vale a pena,
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu."


(Do poema "Mar Português")




3 comentários:

  1. Sem palavras...Ou melhor..
    Tudo vale a pena quando a alma não é pequena..
    Luz

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  2. Realmente muito bom..tb. estava precisando rever e me fortalecer... Dá trabalho ser feliz. Simplesmente, é preciso vencer a si mesmo.E não é fácil caminhar com a Luz, pois a porta do mundo chama para baixo..."
    Abraços Marcos

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  3. Belo texto, acho que escreveu p mim

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